Toma conta da sua vida
Desde que eu comecei a me relacionar
de verdade com Jesus tenho pensando em maneiras de apresentá-lo a outras pessoas.
Não consigo não pensar em egoísmo e falta de amor diante da apatia de alguns
cristãos. Todos os dias, me esforço para dobrar os joelhos e clamar por
oportunidades de pregar o evangelho com palavras claras e objetivas, seja no
meu trabalho ou na rua.
Levei um susto quando Jesus
começou a atender essas orações. As pessoas começaram a aparecer aos prantos,
desesperadas, contando seus dramas e desabafando sobre o vazio da alma. Passado
o susto, Jesus começou a ser devidamente apresentado.
Mas, isso não acontece todo dia.
E eu comecei a ficar preocupada.
Uma onda de escândalos e fatalidades
têm se alastrado pela minha cidade. E você pode até sorrir e dizer que isso
acontece em qualquer lugar, mas estou falando de uma cidade pequena, longe de
ser bem desenvolvida e com uma quantidade exorbitante de igrejas evangélicas.
Muitos se perguntam “Por que tudo isso
está acontecendo?”. Eu me pergunto “O
que eu posso fazer?”.
Antes que a minha paz se
perdesse ao pensar nessas questões, me deparei com as palavras de amor que
Paulo escreveu em cartas para Timóteo. Parece que eu posso ver o velho Paulo,
sentado, em seus últimos dias de vida, num calabouço em Roma, colocando no
papel palavras que salvariam a vida espiritual do jovem pastor.
Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois, fazendo isso, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.1 Timóteo 4:16
Em outras palavras, lá
estava o bom e velho conselho “toma conta
da sua vida”, mas sem o tom jocoso e arrogante. Por mais duro que Paulo
fosse, ele jamais seria desagradável com seu amigo. “Atente bem para a sua
própria vida” era a sua forma fofa e carinhosa de dizer que não adiantava
Timóteo se empenhar tanto em salvar os outros e perder a si mesmo.
Você já pode imaginar como
eu fiquei feliz em entender que tudo bem cuidar da minha saúde, do meu corpo,
do meu coração e da minha mente, não é mesmo?
Tudo bem enxergar meus próprios pecados,
confessar e me arrepender.
Tudo bem adquirir conhecimento.
Tudo bem admitir
minhas fraquezas e lutar contra elas.
Tudo bem ser a pessoa que precisa de
oração e não aquela que impõe as mãos.
Tudo bem ser a pessoa ministrada e não a que
ministra.
Tudo bem ser a pessoa exortada e não a que exorta.
Comecei a pensar em pessoas
como pastores, pastoras, missionários, cantores, obreiros e etc., e tudo bem
relaxar um pouco, vocês, também. Se você viver a vida inteira tomando conta da
vida dos outros, quem é que vai cuidar da sua? Se você estiver sempre disposto a apontar os pecados alheios, quem é que vai detectar os seus?
Paulo sabia que um dos maiores desejos de Timóteo era resgatar as pessoas de seus castelos sombrios, e ele precisava deixar claro para o rapaz que o bom exemplo era (e ainda é) um dos melhores caminhos para a evangelização. Se demonstrarmos um viver sadio, as outras pessoas se sentirão inspiradas a lutar para ter isso também. Mas, sem fantasias, por favor. Todo mundo sabe que a vida não é um feed perfeitamente montado de instagram. E não vá, você, achar que a vida cristã é assim.
Agora, me conta, tá tomando conta da sua vida direitinho?
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