Nudez: uma carta de amor | Alan Augusto
Por mais que
eu corra, eu ainda assim nunca O alcanço.
Por mais que
eu O ame, ainda é pouco.
Por mais que
eu vá, eu nunca chego ao meu Destino.
Sei que os meus pecados me separam de Ti, porém prefiro me
mostrar para Você como sou, do que passar toda uma vida vivendo de imagem. E te
digo mais, Jesus, acho engraçado o seu sorriso e a forma como você conduz as
coisas, eu nunca vejo elas caminharem na direção desejada, porém no final tudo
dá certo. Obrigado.
Estou aprendendo ainda, me desculpe se só sei errar, porém
sinto o Teu cuidado até nisso. Sim, vejo o Teu poder se aperfeiçoando em cada
uma das minhas fraquezas.
O problema da nossa relação não é comigo ou com você, já
estamos resolvidos acerca disso, e como sempre, estou em débito (eu peco como
homem e você perdoa como Deus, mais uma vez, Obrigado). O problema, Jesus, são
os guardas da cidade: eles não me ajudam a achar o Noivo nas horas escuras e
não me permitem procurá-lo em Jerusalém, fecharam as portas da cidade e ninguém
entra.
O problema é meu irmão mais velho, porque ele ficou em casa
te servindo e agora, mesmo com meu Pai vivo, ele se acha digno demais para
entrar para a festa e celebrar comigo a minha volta, volta essa que até os
anjos festejaram. Viram o rosto e dizem: "Deus me disse isso",
"eu estou avisando", "conserta", "o inferno é logo ali”.
Abrem a boca, porém nunca estendem as mãos.
Eles nunca entenderão essa nossa relação, relação de pecador
com o Santo, até porque eles nunca
erraram. Na verdade, esquecem-se de quando eram eles, se esquecem de quando
eles eram os pródigos. Não se lembram de quando andavam perdidos e desejosos do
alimento dos porcos, esquecem que eram mais um deficiente à beira do tanque e
agora, curados, se recusam a carregar a maca. "Deus me livre abraçar o
mendigo", "Sangue e fogo no homossexual", "Deus me livre
assentar com a prostituta". Não me deixe esquecer de onde o Senhor está me
arrancando para que, livre dali, eu ainda ame os que ficaram.
Confesso a Ti que errei e ainda erro, porém, enquanto houver
fôlego em mim, vou me sentir agraciado, pois ainda haverá esperança. Mais uma
vez: Obrigado, Jesus!
Ah, Jesus! Como se multiplicam os meus adversários, e como
se perturba o meu coração dentro de mim por causa do barulho das ondas, da
agitação dos ventos e do tremor dos montes, todavia, dei ordem a minha alma, em
Teu Nome, eu disse a ela: ”Aquieta alma, espera no Senhor, porque Dele virá o
seu socorro. Ele é o seu Deus e o seu Rei, a força de Israel é o seu Pai, você
não será abalada".
Me recuso a abrir a porta do nosso quarto para outro afim que descubram a nossa relação, entendi que a intimidade nasce no campo, sozinho, e não assentado em tronos.
Que me sejam dados os púlpitos no momento que eu amar mais
os altares.
Que o nosso relacionamento não seja público, pois isso seria
pornografia, e com você Jesus, eu quero é intimidade.
E até que todo meu ser acredite nisso eu direi: Te amo
Jesus, te amo.
Um texto de Alan Augusto.
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