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Quando é que eu vou casar?
Algumas pessoas acreditam que eu tenho aversão à instituição do casamento. Isso não é verdade, ok? Mas a culpa é minha que nunca explico muito bem a minha tradicional revirada de olhos quando alguém pergunta quando é que eu vou casar. Então pra início de conversa, eu sou uma grande fã de casamentos. Se você me convidar para o seu é bem provável que eu chore, cante músicas românticas e babe em cima do seu vestido ou, se você for o noivo, em cima do vestido da sua noiva.
Sim, eu sou aquela pessoinha que chora todas as vezes que assiste "Um Amor Para Recordar". Eu sou, provavelmente, a pessoa que mais tem paciência para assistir filmes água com açúcar que todo mundo sabe como começa e como termina. Eu li todos os livros de Jane Austen. Eu abraço Tammy Luciano e sua capacidade de escrever histórias de amor brasileiras todas as vezes que esbarro com ela na Bienal do Rio de Janeiro. Eu li umas trezentas vezes a história de Jacó e Raquel pra entender que raio de amor paciente era aquele. Eu amo casamentos, entendeu?
Mas isso não faz de mim um boneco nas mãos do que as pessoas chamam de amor hoje em dia. Eu posso até chorar rios de lágrimas com uma história romântica ficcional, mas não deixarei que isso danifique o meu cérebro. Infelizmente, o que mais vemos é pessoas com a mente danificada e com uma visão totalmente distorcida sobre o amor entre um homem e uma mulher. Não se deve planejar uma vida a dois apenas porque é isso que esperam que você faça. E é nesse ponto que eu quero chegar e, talvez seja por isso que eu evito tanto escrever sobre este assunto. 80% dos relacionamentos que eu observo começam pelos motivos errados, e quando ouso dizer isso a alguém sou sempre chamada de garota sem coração.
Não me leve a mal, ok? Cada um casa com quem quiser, quando quiser e pelo motivo que achar melhor. Mas se você casar pelo motivo errado, se arrepender e falar a famosa frase "ninguém me avisou", você vai automaticamente lembrar de mim e saiba que eu estarei com a minha sensação maravilhosa de dever cumprido.
O casamento, meus amores, é para ser encarado racionalmente. É pra isso que serve o tempo antes dele, esse mesmo chamado de tempo da solteirice. É o momento de pensar, escolher e se preparar. Mas se você detesta o tempo da solterice saiba que se ele fosse bem aproveitado, teríamos um número bem menor de relacionamentos fracassados no nosso meio evangélico. Não consigo encontrar motivo pra tanto desespero. Nós, seres humanos, cristãos ou não, tendemos a ficar desesperados para obter um status para o qual não estamos preparados. E pior que não estar preparado é não estar disposto a aprender. Casamento é um desafio que você precisa encarar sabendo que terá que lutar para mantê-lo firme e vivo até o fim. O problema é que as pessoas não estão pensando nisso. Casamos exatamente com a pessoa com a qual não suportaremos lutar nem uma batalha ao seu lado.
Este é um assunto muito delicado, extenso e cheio de direções. É necessário entender que cada um tem uma personalidade, uma maturidade e uma necessidade diferente, mas como servos de Jesus precisamos cuidar bem dos nossos corações e dos nossos relacionamentos. Não quer casar? Tudo bem, mas não saia quebrando corações e colecionando namoros. Quer casar, mas não agora? Aproveite o tempo que você tem pra ser livre, viajar, pregar o evangelho, sair com os amigos e gastar o seu dinheiro com o que bem entender. A visão que eu tenho é que Jesus é um bom Pai, incapaz de obrigar alguém a se relacionar com outra pessoa por qualquer outro motivo que não seja o amor, unido ao desejo mútuo de fazer dar certo.
Acredito que podemos ser surpreendidos pela vida quando menos esperamos. Num mundo comandado pela correria, divórcios e depressões, não faz sentido, nós, amigos de Jesus, nos precipitarmos em relação à algo tão importante. Eu penso assim: não dá pra encarar essa parada por qualquer motivo. Jesus ficaria decepcionado comigo. Jesus ficaria decepcionado com você.
Beijos,
da menina sem coração que já sabe até qual música vai cantar no próprio casamento. É segredo.
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